Perguntas frequentes

Estudos necessários

A grande maioria dos pesquisadores em Astronomia e Astrofísica no Brasil fez um bacharelado ou licenciatura em Física e depois a pós-graduação, mestrado e doutorado, em Astronomia. São assim as carreiras em todas as instituições de ensino e pesquisa, exceto na Universidade Federal do Rio Janeiro, que conta com o curso de graduação em Astronomia desde 1961, a Universidade de São Paulo, que iniciou o curso de graduação em astronomia em 2009, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que iniciou em 2010 o Bacharelado em Física com habilitação em Astrofísica, e a Universidade Federal de Sergipe, que iniciou o Bacharelado em Física com Habilitação em Astronomia em 2011.

É importante realçar que um profissional de Astronomia só entra realmente no mercado de trabalho após obter o Doutorado. Durante os últimos anos da graduação e durante a pós-graduação, a grande maioria dos estudantes recebe bolsa das agências financiadoras brasileira, CNPq, CAPES e FAPESP, esta última em São Paulo.

No caso da UFSC, para seguir a carreira de Astrofísica é necessário fazer o curso de bacharelado ou licenciatura em Física e, durante os 4 anos da graduação, realizar iniciação científica sob orientação de algum professor do Grupo de Astrofísica. A iniciação científica não é obrigatória, mas fornece uma base indispensável para a realização da pós-graduação, seja no próprio Departamento de Física da UFSC, ou em outras instituições.

Nesta página produzida pela Sociedade Astronômica Brasileira, você encontrará a lista de todos as instituições brasileiras que oferecem pós-graduação em astronomia/astrofísica no Brasil. Nesta outra página estão listados os cursos de graduação em Astronomia, ou Física com ênfase em Astronomia/Astrofísica.

Por que estudar Astronomia?

Nosso objetivo é utilizar o Universo como laboratório, deduzindo de sua observação as leis físicas que poderão ser utilizadas em coisas muito práticas, desde prever as marés e estudar a queda de asteróides sobre nossas cabeças, até como construir reatores nucleares, analisar o aquecimento da atmosfera por efeito estufa causado pela poluição, necessários para a sobrevivência e desenvolvimento da raça humana.

A pesquisa em Astronomia, desde o estudo de planetas e satélites do Sistema Solar, até o estudo do Universo em grande escala, passando por meio interestelar, estrelas, aglomerados de estrelas, galáxias e aglomerados de galáxias, os pesquisadores brasileiros têm contribuído significativamente para o desenvolvimento da Astronomia e Astrofísica internacional. Uma das razões deste desenvolvimento é que, além de utilizar o telescópio do Laboratório Nacional de Astrofísica, os astrônomos brasileiros têm apresentado projetos aos grandes telescópios internacionais, e como estes projetos são julgados pelo mérito científico, e não pelo país de origem do projeto, têm conseguido utilizar grandes telescópios em diversos países, principalmente os telescópios americanos e europeus instalados no Chile, e mesmo os telescópios instalados em satélites em órbita da Terra, como o Telescópio Espacial Hubble.

A partir de 2004 contamos com o telescópio de 4.2m de diâmetro SOAR (SOuthern Astrophysical Research) no Chile, com 33% de participação brasileira. Para assegurar a continuidade do desenvolvimento da Astronomia brasileira, as agências financiadoras de pesquisa no Brasil também financiam a participação do Brasil em uma parcela de 5% nos dois telescópios de 8 metros de diâmetro, um no Havaí, e o outro no Chile, do projeto Gemini.

Por que não instalamos grandes telescópios no Brasil?

Para observar o céu, é preciso que os telescópios estejam instalados em cima de montanhas, para diminuir a perturbação nas imagens causadas pela atmosfera da Terra, e que não haja nuvens nem umidade. No Brasil, as cadeias de montanha estão principalmente na costa, onde há grande quantidade de nuvens. Além disto, o Brasil não tem montanhas altas. No Chile, o deserto de Atacama se estende até a cordilheira dos Andes e conta, portanto, com montanhas altas e com poucas nuvens. Por esta razão, nos últimos 30 anos tanto os Estados Unidos quanto a Comunidade Européia construíram observatórios com grandes telescópios no Chile. No Havaí as montanhas também são muito altas, e com poucas nuvens.

Astrofísica computacional e Observatórios Virtuais

Na última década, o salto tecnológico na instrumentação astronômica fez crescer de forma considerável o número de projetos dedicados ao imageamento do céu em diferentes comprimentos de onda e catalogação de milhões de objetos, incluindo estrelas, galáxias e quasares, no universo próximo e distante. Por exemplo, levantamentos de galáxias (surveys) como o 2dFGRS e o SDSS causaram um impacto muito grande no modo de se fazer pesquisa em Astrofísica. A avalanche de dados científicos obtidos por tais projetos deu origem a uma nova forma de pesquisa na área de Astrofísica Observacional, popularmente referida por “mineração” ou “garimpagem” de dados, fruto da necessidade da exploração e manipulação dos bancos de dados, além da criação de novos produtos científicos a partir dos dados brutos obtidos pelos surveys. Neste sentido, tornou-se indispensável o desenvolvimento de um amplo e diversificado conjunto de ferramentas para redução, armazenamento, organização, integração, análise e exploração de dados. Este conjunto de programas, protocolos e convenções é o que hoje chamamos Observatório Virtual (VO). O Grupo de Astrofísica da UFSC é um dos pioneiros no uso e construção de VOs no Brasil, utilizando dados dos principais projetos observacionais em larga escala e produzindo resultados científicos de grande impacto na comunidade astronômica. Esta área é bastante promissora e podemos considerá-la como o futuro da pesquisa científica em Astrofísica.

Fonte: Adaptado a partir do texto produzido pelo Prof. Kepler de Souza Oliveira Filho (UFRGS) em http://astro.if.ufrgs.br/hist/hist.htm

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